terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

OS MESTRE-SALA E PORTA-BANDEIRA DA NATUREZA



Milhões de pessoas este mês vão assistir aos desfiles de Carnaval, ao vivo ou pela televisão. Escolas de samba levam meses se preparando para levar à avenida muita história, cores, alegria e, é claro, samba. Curiosamente, o casal mestre-sala e porta-bandeira – responsável por abrir o desfile de cada escola – não samba. Você já notou isso? O casal tem a honra de levar a bandeira.
O mestre-sala corteja sua parceira durante todo o desfile, reverenciando sua dama e, ao mesmo tempo, protegendo a bandeira. Os dois giram, rodopiam, dão meia-volta, enquanto o mestre demonstra respeito e reverência através de gestos e posturas.
Bem, muito já foi escrito sobre a origem deste importante casal. Historicamente, a tradição começou na época da escravidão, associada a danças e rituais dos orixás. Mas ouso dizer que há probabilidade de a origem mais remota ter surgido da observação das cortes realizadas pelas aves, tamanha é a semelhança.
Já pude observar bem de perto a corte e o ritual de acasalamento de várias espécies de aves, dentre as quais destaco o galo-da-serra (Rupicola rupicola), o tangará-dançador (Chiroxiphia caudata)  e o cabeça-encarnada (Pipra rubrocapilla), no Brasil. E, na distante Austrália, presenciei ainda as evoluções da ave-do-paraíso-de-vitória (Ptiloris victoriae), chamada, em inglês, de victoria riflebird. Em todos os casos, não há como não ver semelhança com o cortejar do mestre-sala dirigido à porta-bandeira, durante todo o desfile de Carnaval.
                                                                                                
                                                                                            
                                                                                              


Para as três espécies brasileiras, é bem verdade que são vários machos se apresentando, na tentativa de conquistar a fêmea. Os galos-da-serra até limpam o solo da floresta, preparando palcos de apresentação, um ao lado do outro. Já vi cinco galos se apresentando. Eles realizam movimentos circulares, exibindo principalmente as penas da cauda.
Os tangarás-dançadores também pousam num mesmo poleiro, formando um grupo de até sete machos. Um a um, eles se revezam na apresentação diante da fêmea, que só observa. Sem furar fila, eles seguem a sequência do poleiro: cada um canta e bate as asas freneticamente à sua vez. E o grupo pode repetir a apresentação toda até quatro vezes.
Já o cabeça-encarnada realiza sua dança pousado, deslizando sobre o poleiro, abrindo e fechando as asas e erguendo a cauda.
No caso da ave-do-paraíso-de-vitória, a semelhança é ainda maior. A dança do macho para fêmea lembra até os movimentos dos braços do mestre-sala (confira no vídeo abaixo, dos 19:30 aos 24:00).
O quesito mestre-sala e porta-bandeira é um dos mais importantes no julgamento de uma escola de samba. Chega a ser motivo da escolha de campeã, em casos de empate. Ao dar nota, os jurados analisam a característica da dança, a harmonia do casal e também a postura e a indumentária.
Criatividade, graça e leveza devem estar presentes na apresentação. Mas, por mais que se esforcem, homens e mulheres não conseguem se igualar às aves, pois, nelas, toda beleza, dança, cor e harmonia são naturais.

Se você pretende fugir do samba neste Carnaval, refugiado em alguma pousada do litoral, junto à Mata Atlântica, talvez encontre um dançarino da natureza ao caminhar na mata. Até o final de fevereiro, ainda é possível encontrar grupos de tangará, por exemplo, em rituais de acasalamento. Se tiver essa sorte, você vai notar outra semelhança: na corte das aves também se ostenta com orgulho um estandarte, embora invisível. É a bandeira da reprodução da vida.
Texto:- Ciro Porto
Site: www.terradagente.com.br

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

SEPARE O LIXO E ACERTE NA LATA

A Diretoria de Projetos Socioambientais da AESabesp investe na sustentabilidade e apóia a campanha do Ministério do Meio Ambiente - MMA, que visa preparar a sociedade brasileira para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo, conscientizando sobre a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS. 
 



Luis Eduardo Pires Regadas
Diretor de Projetos Socioambientais