Seja sozinho ou em turma, carregando uma máquina fotográfica ou
apenas um binóculo, eles caminham pela mata fechada olhando sempre para o alto.
Estão à procura de pássaros, especialmente espécies raras. São os biólogos do
Instituto Ecológico Francaves, uma ONG ambiental de Franca. Além de praticar o
“birdwatching” (observação de pássaros, em inglês), e de publicar trabalhos
científicos em revistas da área, os biólogos “cultivam” três projetos, que
estão parados por falta de recursos. Eles ministram também curso para os
interessados em aprender técnicas de observação de aves.
Segundo o vice-presidente do Instituto Francaves, Gustavo Garcia Silva, uma das
técnicas de observação consiste em tocar um play back do canto do pássaro que
se quer observar para atraí-lo. “É uma técnica bem usada, mas às vezes pode
atrair o pássaro um pouco mais agitado do que o normal por ele sentir seu
território ameaçado por um rival.”
Para se observar um pássaro ao ar
livre não é necessário muita coisa. Basta um binóculo, uma câmera fotográfica,
vontade e paciência. Mas esse grupo que se conheceu ainda na faculdade levou
essa história mais a sério. O Instituto possui dez integrantes - sendo oito
biólogos - que, além de observar os pássaros na mata urbana, fotografam as
espécies e catalogam para um futuro guia de aves da região que aguarda verba.
Outro projeto da ONG parado leva
o nome de Ilhas da Biodiversidade, uma espécie de diagnóstico ambiental e
levantamento da fauna silvestre nos fragmentos de mata da área urbana do
município.
Segundo Gustavo, o terceiro
projeto do Instituto consiste em montar um observatório fixo para atender ao
público em atividades guiadas de “birdwatching” e educação ambiental. “Franca é
um ótimo lugar para se observar aves, por isso achamos necessário um
observatório que poderia ser colocado no Parque ‘Fernando Costa’, por exemplo.”
De acordo com a bióloga Kelly
Torralvo, a principal descoberta do grupo foi um ninho de urubu-rei
(Sarcoramphus papa) na Serra do Peixoto, no município de Capetinga-MG, distante
45 km de Franca. “Por ser uma espécie rara no perímetro urbano da região, esse
trabalho rendeu publicação científica na revista Atualidades Ornitológicas, em
2011.”
O grupo também foi responsável
por verificar nas matas de Franca uma espécie rara de ave no Brasil. É a
papa-lagarta-de-asa-vermelha (Coccyzus americanus), que só foi observada em
outros dois lugares do país. Ela vive mais na América do Norte, mas é uma ave
migratória. Outras espécies raras já observadas na região são o
tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata), a águia-chilena (Geranoaetus
melanoleucus) e o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops).
Entre as espécies mais comuns na
região estão a siriema (Cariama cristata), a jandaia-de-testa-vermelha
(Aratinga auricapillus), o periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma) e o
sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca).
Por vezes, o grupo costuma também
fazer observação de pássaros à noite com auxílio de uma lanterna. Essa
atividade visa encontrar aves de hábitos noturnos, como corujas.
CURSO
O curso de “birdwatching” tem duração de dois dias e é dividido em uma aula teórica e outra prática. Os biólogos do Instituto Francaves ensinam desde a manipular um binóculo, anotar dados do pássaro até fazer uma boa foto do pássaro. É cobrada apenas uma taxa simbólica para a confecção do certificado.
O curso de “birdwatching” tem duração de dois dias e é dividido em uma aula teórica e outra prática. Os biólogos do Instituto Francaves ensinam desde a manipular um binóculo, anotar dados do pássaro até fazer uma boa foto do pássaro. É cobrada apenas uma taxa simbólica para a confecção do certificado.
Pioneiros nestas iniciativas na
região, o Instituto Francaves promove ainda curso de fotografia ambiental e dá
palestras de educação ambiental para empresas ou escolas interessadas no tema.
SERVIÇO - O grupo possui um site
www.francaves.com.br e um blog iefrancaves.blogspot.com.br. Telefone:
Os biólogos do Francaves Gustavo Silva e Kelly Torralvo e o estudante de biologia Felipe Baraldi praticam o “birdwatching” em mata próxima ao Franca Shopping
Fonte: Comércio da Franca
Foto: Oliver Moretto
Pessoal não é por mal não, mas papa formiga de asa vermelha é praga na região e no País, não é rara. Corrijam a tempo para não ficar feio.
ResponderExcluirAbração